Uma página, que ,não, recomendo vivamente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Amanhã

Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
O vento me tombe, contra o chão, porque:
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Preciso sentir o quão te esforças, para que este não seja rugoso,
E me acolha em dunas, de terra batida, feitas almofadas,

roubando-me todo o ar, e forças que preciso para me levantar.
Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Os meus olhos, permaneçam cabisbaixos, e apreciem a imensidão que és,
E o quão tu adoras, sentir o pulsar, dos meus pés descalços,
Cambaleantes, que toscamente, se esforçam para não te pisar.
Deixa que,
Hoje, só hoje e por vezes alguns duas mais,
Os meus simples, nove metros de gostar, se transformem em quilómetros cansados,
Que teimam em alcançar um fim inexistente, porque:
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Sei que fim não possuis, e todas as tuas fendas, são meras portas abertas,
Que dificultam, o meu desnorteado coração, a se afastar.
Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Seja eu o chão, por meros segundos, e te obrigue a caminhar sobre,
O meu megalómano ego, e me digas como é bom,
Como é bom, ter-mos uma sólida base, que nos incapacita de voar,
Mas nos amortece todas as quedas, sem olhar ao tamanho.
Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes para sempre,
Eu te diga, o quanto te quero, e o quanto me fazes sentir pequenino.


Pedro Azevedo 29/08/07

1 comentário:

Anónimo disse...

Se eu te contar das lágrimas que depositei no colo ao ler-te as mãos, não será de muito porque as minhas lágrimas brotam como palavras de dor em cada recanto que absorvo. Se eu te contar dos sorrisos que cospem alegria nas minhas feridas dir-me-às que não é suficiente para as fazer calar e não o será certamente. Mas se eu te contar do amor-dor que é teu, aí sentados no chão da Ribeira ou de Paris ou de Amesterdão ou de Veneza ou da minha pele cansada, ficaremos os dois - eu descrevendo e tu ouvindo - até que os meus olhos para sempre cessem. Ah, porque nem em mil anos, daqueles que param o relógio, o tempo seria suficiente para te professar todas as promessas que vou cumprir sempre fiel a uma, maior do que todas as outras, que é a de te adorar eternamente.