Uma página, que ,não, recomendo vivamente.

domingo, 9 de dezembro de 2007

À Noite

Sublime Poesia,
A do teu respirar, irregularSobre o meu peito ansioso.
Ai, e quantas promessas de amor
Me despejaste tu, de boca calada;
Suspiros, suspiros, e mais suspiros
Denunciavam o teu sentimento, Terno, eterno, de agora, sempre.
Laços, Nós, de coração, de pernas e de corpo todo,
Amarrados a um desejo imenso, de te beber…
E quanto eu te bebi, dos lábios rosados, encarnados pelo final da noite,
Amanhecer, Anoitecer, adormecer, tempo que depressa passa.
Dormir por fim, com o coração cheio/esgotado, de amor límpido.
Pedro Azevedo
é outono em nós.

domingo, 23 de setembro de 2007

Mendigo de mim mesmo.

Virei-me do avesso,
Queria coser, os meus buracos, rotos, todos,
Os que tinha no meu corpo,
Mas nem toda a linha do mundo foi suficiente,
Desenrolei, desenrolei, perdi o fio à meada,
Forcei-o contra mim, e desatei a coser-me,
Mas foi ‘cose de um lado, descose do outro’
Remendos temporários,
Que não impediam de me esvaziar em dor;
Ai, e como dói ser, imperfeito;
Mal feito;
Nem feito sequer,
Como mói, ver-me ao contrario,
Sem fio para me emendar.
Serei sempre o buraco, roto, sem fundo,
Tal como me conformei ser.


Pedro Azevedo 23/09/07

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Obrigado.

Corre vago e vazio,
o meu pensamento,
corre vago e vazio
porque, já não, mais penso.
Agora, apenas sinto,
Agora, apenas quero sentir.

Por: Pedro Azevedo 13/09/07

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ser..

Vomita as tuas sensações,
Expulsa a tua existência
Contraria-te em todas as situações
Define a irreverência,
Vive; pula; mexe; mata; morre
Sente, cheira, o sangue, escorre.
Tarde, em tarde, qual tarde?
Simplesmente tarde, demais, continua corre.
Foge, longe, existe lá, não aqui,
Não digas que alguma vez te vivi
Te amei, sonhei, senti cheirei,
Que algum dia temi, sofri ou rezei,
Por ti, por nós, por aqueles
De quem falei, morri, amei.
Vive; pula; mexe; mata; morre;
Sente, cheira, o amor, ainda escorre.


Por: Pedro Azevedo

Ser.

Sustento o meu existir, numa vastíssima existência, de coisa alguma,
Num vácuo continuo, que aspira as minhas sensações,
Em sonhos inconstantes, incertos e indecisos.


Por: Pedro Azevedo

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Verdade, e só verdade.

Hoje menti,
Eu hoje menti,
Com todas as forças que tenho,
Com todas as forças que tenho; e com as que gostava de ter,
Para travar as minhas palavras, mas,
Hoje menti,
Eu hoje menti,
Nem sei ao certo porque o fiz,
Mas nem ao certo nem ao errado sei o que faço,
Talvez para ser,
Hmm não, não para ser, talvez para te ouvir,
Contudo sou uma constante mentira que gosta de se exibir.
Hoje menti,
Eu hoje menti,
Para ter a tua atenção,
Fingi ter, quando não tenho,
Fingi ser, quando não sou,
Mas apesar de farsa, também sinto,
Oh, e como é bom sentir.te em mim, mesmo depois;
De despejar cinquenta e sete palavras de arrependimento.
Perdoa.me, se:
Hoje menti,
(se) Eu hoje menti,
Sem necessidade.


Por: Pedro Azevedo 31/08/07
Para: Cátia Oliveira.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Amanhã

Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
O vento me tombe, contra o chão, porque:
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Preciso sentir o quão te esforças, para que este não seja rugoso,
E me acolha em dunas, de terra batida, feitas almofadas,

roubando-me todo o ar, e forças que preciso para me levantar.
Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Os meus olhos, permaneçam cabisbaixos, e apreciem a imensidão que és,
E o quão tu adoras, sentir o pulsar, dos meus pés descalços,
Cambaleantes, que toscamente, se esforçam para não te pisar.
Deixa que,
Hoje, só hoje e por vezes alguns duas mais,
Os meus simples, nove metros de gostar, se transformem em quilómetros cansados,
Que teimam em alcançar um fim inexistente, porque:
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Sei que fim não possuis, e todas as tuas fendas, são meras portas abertas,
Que dificultam, o meu desnorteado coração, a se afastar.
Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes alguns dias mais,
Seja eu o chão, por meros segundos, e te obrigue a caminhar sobre,
O meu megalómano ego, e me digas como é bom,
Como é bom, ter-mos uma sólida base, que nos incapacita de voar,
Mas nos amortece todas as quedas, sem olhar ao tamanho.
Deixa que,
Hoje, só hoje, e por vezes para sempre,
Eu te diga, o quanto te quero, e o quanto me fazes sentir pequenino.


Pedro Azevedo 29/08/07